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No ano de 2016 se comemora os 50 anos de publicação da Dialética Negativa (DN), de Theodor W. Adorno. Pela passagem dessa data, muitos eventos estão sendo realizados, em todo o muito, para discutir e atualizar a obra prima daquele autor. A DN, que pretende reavivar a Filosofia, que parecia morta, a partir do movimento antitético, recebe, hoje, meio século depois, os louros e as censuras. Por um lado, é elogiada por ser a comprovação metodológica da possibilidade da crítica; por outro lado, para seus críticos, revela a desventura da razão, incapacitada pela autocrítica.

Considerando os elogios e as críticas, uma coisa não se pode negar: a DN não surgiu do nada. O empreendimento de Adorno é devedor daquilo que Max Horkheimer chamou, em 1937, de Teoria Crítica, o par oposto da Teoria Tradicional. Com inspiração marxista, principalmente o História e Consciência de Classe, de György Lukács, a Teoria Crítica tem como programa: 1) eliminação da reificação da história (os processos sociais não são leis naturais); 2) crítica contundente às formas sociais reificadas; 3) não se vincula a teoria à mera descrição da sociedade; e 4) se exerce a crítica a partir do ponto de vista de como a sociedade deveria ser (ser crítica).

A despeito do meio século e dos quase 80 anos que nos separam da DN e do programa original da Teoria Crítica, o que resta dessa empresa teórica? Existe algum lugar, que não o Grande Hotel Abismo, para a Teoria Crítica? A Teoria Crítica, que já perdera a esperança na revolução proletária, reificada pela sociedade unidimensional, tem algum caráter político que possa mudar o mundo, no lugar de interpretá-lo?

A proposta do Colóquio Teoria Crítica tem o objetivo de buscar, nos meandros mais profundos dessa corrente de pensamento, aquilo que ela tem a dizer para o atual tempo histórico. Nesse sentido, expor as vísceras dessa teoria é o mesmo que demonstrar as suas condições de vitalidade. Isso quer dizer adotar a crítica da teoria como operador teórico; quer dizer buscar os elementos negativos como motores de propulsão do pensar e, quiçá, da ação política.

É nesse intuito que o Grupo de Pesquisa Dialética e Teoria Crítica, ligado ao Curso de Mestrado Acadêmico em Filosofia (CMAF) da Universidade Estadual do Ceará (UECE), promovo a primeira edição do Colóquio Teoria Crítica.

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